142. Soneto de minha mãe

Às sortes da vida chamemos família
A minha, ao tê-la por amuleto
Não houve, de certo, ser uma só vez
Sei que não caberiam neste soneto.

Das mãos de minha mãe, apaziguam a rima
Assim, entre os amores, quais são possíveis
Amparou-me quando impossíveis e
Mostrou o que, desses quereres, era estima.

Soube sempre de minha hora primeira
Antecipando o que sentia, sempre
Nos cabelos, nas unhas, nossos jeitos.

De todas as vontades foi costureira
trabalhou duro por 'o que se cumpre'
com retalhos de amores imperfeitos.

1 comentários:

Felipe Lobo dos Santos 5 de agosto de 2009 às 10:09  

Não é 'exatamente' um soneto por causa disto:

'Sei que não caberiam neste soneto.
Das mãos de minha mãe, apaziguam a rima'

Rimar reduplica os problemas que o exercício tenta evitar. Por isso me permiti não rimar.

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A Lógica é a genética da preguiça de criar, e a criação precisa de intensidade sendo o exercício do impossível imediato, mas, às vezes, porque não sermos um pouco indolentes?

Não 'creio' na Lógica por causa dos Ateus. Os mais consistentes propagadores das leis de Deus.

Mesmo não sendo parnasiano...

“Fuja da abundância estéril desses autores, e não se sobrecarregue com um pormenor inútil. Tudo que dizemos a mais é insípido e degradável; o espírito saciado repele instantaneamente o excesso. Quem não sabe moderar-se jamais soube escrever.”

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