154. Quando as máquinas param III (a religião)

Quando as máquinas param
Não acho estranha a corrupção,
mas que os moralistas sejam os maiores,
isto, por fim,
que eles já sabem que podem nos comprar.
Se já não o fizeram,
não é por nossas ideologias,
mas porque a vontade não existe,
bem como não podemos nos submeter.
Essa é a primeira lição
para se livrar do medo.
E é primeira
não porque venha antes de todas,
mas por vir-a-ser
o que dá o contorno de nossas mentes,
provindo delas e completando-as,
fechando suas formas
para psicologias possíveis,
o que não são
nossos destinos místicos.
São o poder de nos contradizermos,
o mais rapidamente possível,
diante da beleza cotidiana,
não por sua natureza,
mas por este poder.
Estará esta última
sempre superestimada,
porque não existe ingenuidade confessa.
Existe?
Muito antes,
ser um moralista sob juízo.

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A Lógica é a genética da preguiça de criar, e a criação precisa de intensidade sendo o exercício do impossível imediato, mas, às vezes, porque não sermos um pouco indolentes?

Não 'creio' na Lógica por causa dos Ateus. Os mais consistentes propagadores das leis de Deus.

Mesmo não sendo parnasiano...

“Fuja da abundância estéril desses autores, e não se sobrecarregue com um pormenor inútil. Tudo que dizemos a mais é insípido e degradável; o espírito saciado repele instantaneamente o excesso. Quem não sabe moderar-se jamais soube escrever.”

Nicolas Boileau-Despréaux
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