Meu amor não é
do tamanho de um tudo,
simplesmente perambula,
carrego por aí,
portátil
para não estar em contato
com quem não quer meu bem.
Mas nem sempre anda comigo,
ao meu lado ou em mim,
porque, mesmo sendo pequeno
é muitas vezes mesquinho,
quando poderia ser compartilhado.
É de chumbo,
mas pode,
sem maior dificuldade,
ser derretido pelo frio
da indiferença.
Quando está comigo,
ou sou eu,
me faz sempre ouvir
música de trás pra frente,
para saber o que há
antes da música.
E porque é mesquinho,
acredita que há paz interior,
no exílio do eu,
sem os outros,
qualquer que seja.
89. Amor portátil
domingo, 29 de março de 2009
1 comentários:
Acrescentei: quando poderia ser compartilhado.
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