89. Amor portátil

Meu amor não é
do tamanho de um tudo,
simplesmente perambula,
carrego por aí,
portátil
para não estar em contato
com quem não quer meu bem.
Mas nem sempre anda comigo,
ao meu lado ou em mim,
porque, mesmo sendo pequeno
é muitas vezes mesquinho,
quando poderia ser compartilhado.
É de chumbo,
mas pode,
sem maior dificuldade,
ser derretido pelo frio
da indiferença.
Quando está comigo,
ou sou eu,
me faz sempre ouvir
música de trás pra frente,
para saber o que há
antes da música.
E porque é mesquinho,
acredita que há paz interior,
no exílio do eu,
sem os outros,
qualquer que seja.

1 comentários:

Felipe Lobo dos Santos 31 de março de 2009 às 07:09  

Acrescentei: quando poderia ser compartilhado.

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A Lógica é a genética da preguiça de criar, e a criação precisa de intensidade sendo o exercício do impossível imediato, mas, às vezes, porque não sermos um pouco indolentes?

Não 'creio' na Lógica por causa dos Ateus. Os mais consistentes propagadores das leis de Deus.

Mesmo não sendo parnasiano...

“Fuja da abundância estéril desses autores, e não se sobrecarregue com um pormenor inútil. Tudo que dizemos a mais é insípido e degradável; o espírito saciado repele instantaneamente o excesso. Quem não sabe moderar-se jamais soube escrever.”

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