Levo a chave
do meu cinto de castidade
comigo.
Seria o princípio de alguma ou da minha moral?
Só sei que
o suficiente da falta de princípios
seria não ficar constantemente aflito,
se,
não por acaso,
tiver a perdido.
225. A chave
224. Sobre as paixões
O problema de bater-se o coração
é que nos ensinaram
desde sempre
que ele é 'involuntarioso'.
223. Apoenístico V
Num tal
cemitério de guarda-chuvas,
os enterros são feitos
de modo que as chuvas não apareçam!
Ou estariam, antes, as chuvas enterradas?
222. Devaneio
O entendimento é
o mais longo devaneio
da existência humana,
por se dar,
pela linha da razão,
instantaneamente!
O último estádio do entendimento
é entender que não se entende,
assim sendo um ato estético,
e não um capacidade da mente!
220. Apoenístico IV
Se há tantos galhos
quanto há pássaros,
Não será possível que,
por segurança,
cansarão de trocar
os galhos e os pássaros
dois a dois?
Motivos não são como asas,
que se bastam aos pares,
mas sabendo voar ou não,
basta um galho seguro de si
para equilibrar um passarinho.
O que me leva à dúvida:
se, para as árvores,
os pássaros seriam bons substitutos
de seus galhos.
Será que,
certo dia,
os galhos,
muito seguros de si,
voarão para longe?
219. Apoenístico III
Não adiantou nada
indiferente aos nossos esforços de fachada
a chuva lavou as tristezas até o prumo
por não entenderem-se no íntimo.
Uma chuva,
Qualquer que seja,
nunca entende uma fachada!
217. Apoenístico I
...que adianta
saber que o coração
é de madeira
quando o que bate
é a saudade (ausência) pica-pau?
(...que adianta se não sou um golem de madeira? Não preciso ter nenhuma forma mítica, apenas um corpo tranquilo de bom coração! ...ou sem hermetismos apenas! Um peito sempre aberto de coração transparente e sangue mais ainda!)