62. Prole de estrelas

A Lua, que tem um eclipse só para si.
Se faz um eclipse só pra mim,
Se se esconde
Nas partes de si que se faz ver
É sempre sorriso.
Sorriso, que de tão farto
seduzirá o Sol, sempre.
Se ao procurar a Lua
Se não se encontra, acompanha o Sol
E vão passear entre as estrelas.
Mesmo sendo irmãos,
fazem filhos para povoar o firmamento,
Colonizam a eternidade.

Elegeram,
entre todas as partículas
um grão de poeira,
Para que deste
brotasse toda a poesia do universo.
E porque este grão de poeira
tornou-se bastante grande
houveram de criar os pássaros
Para ensinar às almas
que vagam por este grão
Que não se igualam
a sua prole de estrelas...

...e que estas almas não se igualam
nem à sua prole de poemas.

Poemas fecundos de almas
E almas fecundas de estrelas
Estrelas vistas através de poemas,
Durante inumeráveis eclipses da existência.

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A Lógica é a genética da preguiça de criar, e a criação precisa de intensidade sendo o exercício do impossível imediato, mas, às vezes, porque não sermos um pouco indolentes?

“Fuja da abundância estéril desses autores, e não se sobrecarregue com um pormenor inútil. Tudo que dizemos a mais é insípido e degradável; o espírito saciado repele instantaneamente o excesso. Quem não sabe moderar-se jamais soube escrever.”

Nicolas Boileau-Despréaux
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