123. Lição de ótica

A lição do vidro: o processo especular é sempre entendido a partir de uma lição de ótica, mas os reflexos são próprios dos corpos. Por isso, não é o espelho que me diz quem sou, porque estou vendo o mesmo; Eu é que digo quem ele é! Também não é questão das profundidades não admitidas pelas leis da visão, mas das forças que me dobram, para ver este, que aí está, a me olhar. Apenas uma questão de ângulo: ver este eu ou quem está por trás do vidro em atitude curiosa? Por um ângulo, vejo como se fosse o mesmo, por outro ângulo, vejo esse outro com o mesmo espanto. Provavelmente este estará na mesma questão. Que não existe nenhuma imagem ou um outro primeiro que diga o que é esse olhar, e no mais, a quem pertence. Vejo neles, estes que se seguem entre quem percebe e é percebido, a multidão que há na sala de espelhos e imagens desiguais, onde não houve o momento da invasão de um único raio de luz. Apenas o refletir mútuo da escuridão onde há sempre um jogo de luzes da ciência de todas as ilusões, pois todas abraçadas nunca se opõe.

5 comentários:

Felipe Lobo dos Santos 28 de junho de 2009 às 00:16  

Incluí: Eu é que digo quem ele é!

Felipe Lobo dos Santos 28 de junho de 2009 às 00:36  

o momento: estava sentado em frente à vidraça da sala, observando, do banco de metal, a rua e sendo observado pelos do sofá.

Felipe Lobo dos Santos 5 de julho de 2009 às 03:03  

inclui: desiguais

Felipe Lobo dos Santos 11 de outubro de 2009 às 20:52  

Troquei 'E se existe algum significado para estas imagens é porque estamos nos esforçando para chamar as suas atenções através de um único espelho.' por 'pois todas abraçadas nunca se opõe.'

Troquei 'entre outros e que entender este é' por 'onde há sempre'

Felipe Lobo dos Santos 11 de outubro de 2009 às 20:54  

Acrescentei: e imagens

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A Lógica é a genética da preguiça de criar, e a criação precisa de intensidade sendo o exercício do impossível imediato, mas, às vezes, porque não sermos um pouco indolentes?

“Fuja da abundância estéril desses autores, e não se sobrecarregue com um pormenor inútil. Tudo que dizemos a mais é insípido e degradável; o espírito saciado repele instantaneamente o excesso. Quem não sabe moderar-se jamais soube escrever.”

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