197. Sexo (um nome provisório para vida)

A vida é a resultante do se
do sexo entre a morte e o sagrado,
determinada a única oportunidade
de consumar o ato, sexo no único encontro.
Não importa o acaso,
mas a capacidade de confessar que viveu,
sem entregar os segredos
daquele momento.
Sexo, um nome provisório,
para o que não acostumamos
chamar de vida.

196. Confiança II



(carvão em acetato por Felipe Lobo dos Santos, 2010)

...é a erva que cresce por trás
da porta entreaberta
será daninha, ou não?

Essa porta daninha!

195. Ruínas (poema chileno)

As paredes que,
orgulhosas,
erguem-se,
também infiltram,
mas são indiferentes às lágrimas
por isso
seguimos cheios de ruínas.

194. Olho mágico

Em termos de modernidade líquida
as vidas tornaram-se,
finalmente,
virtualmente paralelas.
Nas suas formas de medir o tempo,
ou seu espírito,
suas séries são fugazes.
Em seus finais, súbitos
de olho mágico caleidoscópico.

A Lógica é a genética da preguiça de criar, e a criação precisa de intensidade sendo o exercício do impossível imediato, mas, às vezes, porque não sermos um pouco indolentes?

“Fuja da abundância estéril desses autores, e não se sobrecarregue com um pormenor inútil. Tudo que dizemos a mais é insípido e degradável; o espírito saciado repele instantaneamente o excesso. Quem não sabe moderar-se jamais soube escrever.”

Nicolas Boileau-Despréaux
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...será uma coleção de poemas produzidos em diversas épocas. Esta coleção (provavelmente com alguns poemas em gestação) não tem nome definido.

Modifiquem! Publiquem!