Se é uma nobre verdade que o sofrimento existe,
não quero ocupar-me demais de seu ser nobre,
por isso, o eu abandona a eternidade apenas como aposta.
Assim, se é da memória
que ordenamos o sacrifício das horas
para este Deus,
porque continuamos constituindo
a nossa experiência da matéria renovada
na exumação do tempo?
Seria este o seu estado da arte,
o de esconder-se entre todas as outras obras?
e da certeza do asilo,
a única forma de tornar-se infalível?
a única verdade a do sofrimento dos que nele confiam?
Pois não há nenhuma lembrança dele
que não seja matéria do esquecimento.
176. Übermensch III
175. Übermensch II
Se alguém disse
que um tal Deus
não aposta dados,
então porque,
pelo livre arbítrio que nos concedeu,
como sua responsabilidade na criação,
temos de escolhê-los.
Desgraçado, nos engana!
Que, ao ser criado na nossa história,
não deixou de existir.
Gênio da criação humana,
teria decretado que seriamos incapazes de recriá-lo,
enquanto, através da potência,
que não teria coragem de nos conceder,
nos recriamos.
174. Übermensch I
Da humanidade,
não há porque escutar significados
somente os ecos da virtude de ser superfície,
da mais próxima das peles atmosféricas
inclusive com suas tempestades,
na ética dos trovões,
com toda a filosofia de
uma sequência de tempestades
a demonstrar que nas crostas
não há nada que determina
uma sua alma de magma,
nem uma sua presença de vulcão.
Os significados
na tentativa de empurrar
as atividades
de um suposto e esteticamente suspeito ser
vulcanicamente,
culpam a memória,
quando são apenas
as deixas para o que transborda
na possibilidade desse novo humano.