A lição do vidro: o processo especular é sempre entendido a partir de uma lição de ótica, mas os reflexos são próprios dos corpos. Por isso, não é o espelho que me diz quem sou, porque estou vendo o mesmo; Eu é que digo quem ele é! Também não é questão das profundidades não admitidas pelas leis da visão, mas das forças que me dobram, para ver este, que aí está, a me olhar. Apenas uma questão de ângulo: ver este eu ou quem está por trás do vidro em atitude curiosa? Por um ângulo, vejo como se fosse o mesmo, por outro ângulo, vejo esse outro com o mesmo espanto. Provavelmente este estará na mesma questão. Que não existe nenhuma imagem ou um outro primeiro que diga o que é esse olhar, e no mais, a quem pertence. Vejo neles, estes que se seguem entre quem percebe e é percebido, a multidão que há na sala de espelhos e imagens desiguais, onde não houve o momento da invasão de um único raio de luz. Apenas o refletir mútuo da escuridão onde há sempre um jogo de luzes da ciência de todas as ilusões, pois todas abraçadas nunca se opõe.
121. A presença do outro
A presença do outro é a questão da distância ao cavar um buraco: não se sabe quando fará desmoronar o eu se tornando novamente um equívoco.