114. Dias de clandestinidade

Hoje,
românticos são poucos,
românticos estão,
em aparelhos subterrâneos,
sob treinamento
em clandestinidade.
Românticos são tantos
e os centros de produção
são domesticadoras,
são da docilidade,
dos seus cadáveres.
Se estes mesmos românticos
não merecem
mais que um paredão
pelo que lutaram.
Provavelmente
por não conhecerem nada além.
Ou fuzilam ou morrem de amores
romântico tá tá; tá tá...
com os sussurros das metralhadoras.
Crêem que não são as balas
que atravessam os íntimos,
e fuzilam porque são românticos!
O erro, para eles,
representa a morte,
a política,
a produção de guerrilheiros.
Não entendem,
que errar é sinal de cumplicidade
com seu algoz necessário,
que num dia será romântico.
O que dizer quando
cada erro for capitalizado?
Neste ritmo, a morte, só em larga escala
e, a imortalidade, a presença do Nazismo.
Por fim, nada mais fugirá a banalização.
Que muito mais pessoas,
não românticas,
serão colocadas na clandestinidade,
que não haverá exílio pra tanta gente.

5 comentários:

Felipe Lobo dos Santos 11 de maio de 2009 às 15:41  

troquei: que também será por que um dia será.

Felipe Lobo dos Santos 11 de maio de 2009 às 16:34  

Inclui: Ou fuzilam ou morrem de amores
Fuzilam porque são românticos!

Felipe Lobo dos Santos 11 de maio de 2009 às 16:37  

Inclui: Neste ritmo, a morte, só em larga escala!

Felipe Lobo dos Santos 11 de maio de 2009 às 16:40  

Inclui: e, a imortalidade, a presença do Nazismo.

Felipe Lobo dos Santos 6 de junho de 2009 às 08:32  

Inclui: como uma metralhadora sussurrante.

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A Lógica é a genética da preguiça de criar, e a criação precisa de intensidade sendo o exercício do impossível imediato, mas, às vezes, porque não sermos um pouco indolentes?

Não 'creio' na Lógica por causa dos Ateus. Os mais consistentes propagadores das leis de Deus.

Mesmo não sendo parnasiano...

“Fuja da abundância estéril desses autores, e não se sobrecarregue com um pormenor inútil. Tudo que dizemos a mais é insípido e degradável; o espírito saciado repele instantaneamente o excesso. Quem não sabe moderar-se jamais soube escrever.”

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