Não te decifro,
porque devora-se
Como toda mulher,
que antecipa-se
mãe da gravidez de sua filha.
Se reconheço sua descendência
é por devorar-me enquanto Édipo.
Quais dos mitos são sagrados
por devorarem, espontaneamente,
quem deles se aproxima?
Se o fossem, seriam homens,
Assim, obviamente, sacrilegos,
numa avenida do desfile de esfinges.
Sua beleza,
de peito de leoa,
rabo de serpente
e asa de águia
cabeça leal à natureza,
de ser mulher,
de ser legítima esfinge francesa,
é que seu mistério
mesmo desvendado,
nunca foi devorado,
pela história dos homens,
na dietética dos seus livros.
Quem dera
mesmo sendo homem
ser olímpico,
mais do que quimérico,
Ser soberano,
mais que a voz inaudível das
tiranias para os
últimos das multidões.
Ser Narasimha
dos mil braços pacificados,
em armas,
para com a juba em Sol,
ao vento de todos os deuses,
ser o único gênero da Esfinge.
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